quinta-feira, 21 de fevereiro de 2013

Nosso amor é daqueles raros, diferentes, sem igual. Daqueles que nascem mas não crescem. Que não se expandem. Que não tem a oportunidade de tomar conta, de acontecer, de subir a cabeça, de dominar dois corpos inteiros. Nosso amor foi barrado antes mesmo que pudesse virar amor total, mas estou certa de que se tivesse a oportunidade de ser grande, teria sido gigante. Dois corpos que se entendem não valem de nada quando as almas são diferentes. Você sol, eu lua. Você rio, eu oceano. Você brisa, eu temporal. Opostos em tudo, opostos nos gostos, no jeito, embora ainda que alguma vezes pudessem se entender.

Nosso amor é daqueles que existe pra não existir. Que nasce pra não viver. Que é culpado, é bandido, machuca, fere, maltrata. É daqueles que não sabe ouvir, não sabe entender, não quer aceitar. É maresia em noite fria, é luar em céu estrelado, é sol em dia de nuvem. Não se sabe como nem porque, mas ele existe.

Nosso amor não tem culpa do nosso jeito não ser do jeito certo um para o outro. Não temos culpa das diferenças e de tudo isso que insiste em dizer não. Você não tem culpa do jeito rude. Eu não tenho culpa do jeito complicado. Você não tem culpa de querer demais e eu não tenho culpa em hesitar com medo de querer.

Nosso amor estar dormindo e talvez nunca mais acorde. Nosso amor tem sono leve. Eu nunca sei como agir, nunca sei como pensar. Nós dois devemos seguir em frente, com caminhos completamente diferentes. Não se pode olhar pra trás, não se pode dar meia volta, não se pode insistir no erro.

Nosso amor é daqueles que ao invés de seguir as regras do amor e ser devastador, que ao invés de tirar o folêgo, que ao invés de dominar e tomar conta, prefere ficar quieto esperando uma resposta que o diga o que fazer.

Nosso amor, meu amor, teu amor. Que seja sempre amor embora adormecido.