sábado, 18 de dezembro de 2010


Hoje, um outro corpo que não era o seu, sentiu o meu calor. O meu calor que não era mais tão quente desde que você se foi. Um outro lábio beijou os meus. Um lábio que não era tão doce, mas fez-me sentir metade de mim. Não que ele fosse a metade, eu era. Metade de mim você levou embora ao partir por esses seus caminhos de menino-homem-enganador, a outra metade que obviamente deveria ter ficado comigo não ficou. Nem ela mesma aguentou de tanta solidão e tristeza. Hoje um outro homem mexeu em meus cabelos, aqueles cachos que enrolava em suas mãos, hoje enrolou nas mãos de um outro cara. Ele sentiu o meu cheiro, sentiu a minha pele e por todo tempo eu queria que fosse você. Um outro alguém descobriu os meus medos, pra ele revelei os meus anseios e seu ombro não estava lá pra me confortar. Um outro jeito, um outro perfume que não era o seu. Me fez sentir-me mulher, infelizmente eu não era mais a sua mulher. Pra ele me entreguei, mas foi você que eu imaginei. Em todos os lugares você está, em todos os homens eu vejo o seu olhar. Agora já é tarde demais, o sol já raiou, a noite ficou pra trás. Eu era mais uma vez eu, só eu, eu e a solidão.
Por Ana Eliza

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