terça-feira, 28 de dezembro de 2010

'Espero que você pense em mim de vez em quando, só para eu não me sentir tão patética por pensar em você o tempo todo.'
(Tati Bernardi)

domingo, 26 de dezembro de 2010

Ele pode estar olhando as suas fotos . Neste exato momento .Porque não ? Passou-se muito tempo . Detalhes se perderam . E daí ? Pode ser que ele faça todas as coisas que você faz . Escondida . Sem deixar rastro nem pistas . Talvez ele passe a mão na barba mal feita e sinta saudade do quanto você gostava disso. Ou percorra trajetos que eram seus, na tentativa de não deixar que você se disperse das lembranças . As boas . Por escolha ou fatalidade, pouco importa, ele pode pensar em você . Todos os dias . E ainda assim preferir o silêncio . Ele pode reler seus bilhetes, procurar o seu cheiro em outros cheiros . Ele pode ouvir as suas músicas, procurar a sua voz em outras vozes . Quem nos faz falta acerta o coração como um vento súbito que entra pela janela aberta . Não há escape . Talvez ele perceba que você faz falta . E diferença . De alguma forma, numa noite fria . Você não sabe . Ele pode ser o cara com quem passará aquele tão sonhado verão em Paris . Talvez ele volte . Ou não.

sexta-feira, 24 de dezembro de 2010

Querido Papai Noel,

Esse ano fui uma menina muito boazinha. Passei fio dental, paguei todas as minhas multas e usei camisinha. Por isso, queria te pedir um presente. A última vez que te escrevi uma cartinha eu devia ter uns seis anos. Depois disso, o Thiago, o menino ranhento da minha classe, riu bem alto de mim, me apontando enquanto girava no gira-gira: ela acredita! Ela acredita!
Pois é, eu acreditava, e morri de vergonha. E nunca mais quis saber de você. Por causa do trauma de ser inocente e do dedo apontado do menino cheio de ranho, você virou um velho tarado que fica de pau duro em shopping, querendo mais é sentar as jovens mães em seu colo barato. O mundo foi ficando feio e cínico e com cheiro de saco de Papai Noel que não tem tempo de lavar a única calça abafada.
Mas esse ano fui uma menina boazinha e resolvi resgatar o 0,1% de crença que ainda existe em mim e te fazer esse pedido. Eu acredito, Papai Noel. Eu acredito no amor. Coisa que tá muito mais difícil de acreditar do que num velho fazedor de brinquedo e seus viadinhos sobrevoando nossas cabeças.
Se eu te contasse como foi minha vida amorosa nesses últimos anos, Santa, você diria: pegue seus livros, um vibrador e se mude agora para o Pólo Norte! Congelada e solitária talvez você viva melhor!
Mas cara, quer dizer, Papy, vou te falar que sou taurina e teimosia é meu sobrenome (na verdade é Pinto, mas acho que dá no mesmo). E eu ainda acredito no amor. Eu acredito! Volto agora pra cena macabra da infância. Thiago tem apenas sete anos. Ele gira, gira. Segura com uma mão o brinquedo e com a manga do outro bracinho gordo ele limpa seus ranhos. Escuta aqui, moleque, mas escuta bem: eu acredito que dá pra sonhar. Dá pra sonhar seu desgraçadinho entupido! Ouviu? Assopra tapando o nariz pra destampar esse ouvido!
Noel, cara, eu cansei. Só quero que seja natural, simples, fácil e bom. Não quero falar o que meus amigos me mandam falar porque se eu falar o que eu tenho vontade de falar poucos vão ficar. Eu não quero poucos. Eu não quero muitos. Eu quero um. Um amor. Só um.
Já tive bastante do resto que parece amor, já fiz bastante do resto que parece amor, já provei bastante pro Thiago que ele tava certo em relação a girar e rir e não acreditar e escorrer pelo nariz de medo de ficar aqui dentro. Agora eu quero sentar no seu colo, sem você ficar de pau duro, e quero que exista alguma porra de pureza nessa vida. 
(Tati Bernardi)

sábado, 18 de dezembro de 2010


Hoje, um outro corpo que não era o seu, sentiu o meu calor. O meu calor que não era mais tão quente desde que você se foi. Um outro lábio beijou os meus. Um lábio que não era tão doce, mas fez-me sentir metade de mim. Não que ele fosse a metade, eu era. Metade de mim você levou embora ao partir por esses seus caminhos de menino-homem-enganador, a outra metade que obviamente deveria ter ficado comigo não ficou. Nem ela mesma aguentou de tanta solidão e tristeza. Hoje um outro homem mexeu em meus cabelos, aqueles cachos que enrolava em suas mãos, hoje enrolou nas mãos de um outro cara. Ele sentiu o meu cheiro, sentiu a minha pele e por todo tempo eu queria que fosse você. Um outro alguém descobriu os meus medos, pra ele revelei os meus anseios e seu ombro não estava lá pra me confortar. Um outro jeito, um outro perfume que não era o seu. Me fez sentir-me mulher, infelizmente eu não era mais a sua mulher. Pra ele me entreguei, mas foi você que eu imaginei. Em todos os lugares você está, em todos os homens eu vejo o seu olhar. Agora já é tarde demais, o sol já raiou, a noite ficou pra trás. Eu era mais uma vez eu, só eu, eu e a solidão.
Por Ana Eliza

quinta-feira, 16 de dezembro de 2010


Ando tão só, Dudu . Ando tão triste que às vezes me jogo na cama, meto a cara fundo no travesseiro e tento chorar . Claro que não consigo . Solto uns arquejos, roncos, soluços, barulhos de bicho, uns grunhidos de porco ferido de faca no coração . Sempre lembro de você nessas horas .

Caio Fernando Abreu

terça-feira, 14 de dezembro de 2010


 (...) dentro de mim guardo sempre teu rosto e sei que por escolha ou fatalidade, não importa, estamos tão enredados que seria impossível recuar para não ir até o fim e o fundo disso que nunca vivi antes e talvez tenha inventado apenas para me distrair nesses dias onde aparentemente nada acontece e tenha inventado quem sabe em ti um brinquedo semelhante ao meu para que não passem tão desertas as manhãs e as tardes buscando motivos para os sustos e as insônias e as inúteis esperas ardentes e loucas invenções noturnas, e lentamente falas, e lentamente calo, e lentamente aceito, e lentamente quebro, e lentamente falho, e lentamente caio cada vez mais fundo e já não consigo voltar à tona porque a mão que me estendes ao invés de me emergir me afunda mais e mais enquanto dizes e contas e repetes essas histórias longas, essas histórias tristes, essas histórias loucas como esta que acabaria aqui, agora, assim, se outra vez não viesses e me cegasses e me afogasses nesse mar aberto que nós sabemos que não acaba nem assim nem agora nem aqui...

domingo, 12 de dezembro de 2010

E me ocupava em perguntar, de dez em dez segundos, e de dez em dez pessoas, quando é que você iria me ligar e dizer que tinha pensado melhor. Quando? Você nunca ligou, nunquinha. E eu esperei, esperei, esperei tanto tempo, nossa, como eu esperei. Acho que eu nunca esperei tanto nada em toda a minha vida.

 

sábado, 11 de dezembro de 2010

Eles se amam (...) todo mundo sabe mas ninguém acredita. Não conseguem ficar juntos. Simples. Complexo. Quase impossivel. Ele continua vivendo sua vidinha idealizada e ela continua idealizando sua vidinha. Alguns dizem que isso jamais daria certo. Outros dizem que foram feitos um para o outro. Eles preferem não dizer nada. Preferem meias palavras e milhares de coisas não ditas. Ela quer atitudes, ele quer ela. Todas as noites ela pensa nele, e todas as manhãs ele pensa nela. E assim vão vivendo até quando a vontade de estar com o outro for maior do que os outros. Enquanto o mundo vive lá fora, dentro de cada um tem um pedaço do outro. E mesmo sorrindo por ai, cada um sabe a falta que o outro faz. 'Nunca mais se viram, nunca mais se tocaram e nunca mais serão os mesmos'. É fácil porque os dias passam rápidos demais, é dificil porque o sentimento fica, vai ficando e permanece dentro deles.
E todos os dias eles se perguntam o que fazer. E imaginam os abraços, as noites com dores nas costas esquecidas pelo primeiro sorriso do outro. E que no momento certo se reencontrem e que nada, nada seja por acaso.

quinta-feira, 2 de dezembro de 2010


Já tentei de todas as formas me recuperar dessa doença chamada 'amor por você'. Já tentei criar vergonha na cara para perceber que apesar de eu ser tão sua, você simplismente não é meu. Você é de outras. Você é de todas, menos meu. Esse sacrificio que faço todo dia quando sei com quem você tá andando, quando sei quem é a garota da vez, já se tornou em vão porque quando eu me recupero do seu ultimo amor você já está com outra. Outra mais linda, mais atraente, mais sensual e mais burra. Coitada, mais uma que cai nas suas artimanhas. Tenho pena de mim e das outras e não há um dia que eu não pense: -Poxa, o que você fez comigo? Fez o que pior poderiam ter feito. Roubou meu coração. E eu me disfarço entre as 'coisas do mundo', achando incrivel encher a cara e dançar feito uma puta só pra eu me sentir um pouco mulher demais pra você. Só pra eu por algum tempo pensar que o idiota da historia é você, sem eu saber que vou me destruindo aos poucos. Cansei dos seus sumiços e aparecimentos, só pra lembrar que nunca irei te esquecer. Você sempre faz isso quando te tiro um pouquinho do meu coração, quando consigo apagar um pouquinho a chama do meu amor por você. Volta tão perfeito e vai tão idiota. Você sempre quase me faz te esquecer e foi esse quase que atrapalhou nossa ex vida inteira.
por Ana Eliza

'E de escolhas e de perdas é feita a nossa história. Não há nada que se possa fazer a não ser carregar por um tempo um peso sufocante de impotência: eu escolhi que aquele fosse o último abraço. Agora é outra que se perde em ombros tão largos, tomara que ela não se perca tanto ao ponto de um dia não enxergar o quanto aquele abraço é o lado bom da vida. (...) Aquele abraço era o lado bom da vida, mas para valorizá-lo eu precisava viver. E que irônico: pra viver eu precisava perdê-lo. Mas a realidade é que não gostamos desses tipos de filme fraco com final feliz, gostamos dos europeus "cult" onde na maioria das vezes as pessoas sofrem e perdem, assim como aconteceu com a gente.'

quarta-feira, 1 de dezembro de 2010

Por mais que todas as terapias do mundo, todas as auto-ajudas do universo e todos os amigos experientes do planeta me digam que preciso definitivamente não precisar de você, minha alma grita aqui dentro que, por mais feliz que eu seja, a festa é sempre pela metade.


É você quem eu sempre busco com minha gargalhada alta, com a minha perdição humana em festejar porque é preciso festejar, com a minha solidão cansada de se enganar.

domingo, 28 de novembro de 2010

E eu passei quase um ano quietinha, te esperando, rezando pra Santo Antônio te ajudar a ver que amor maior no mundo não poderia existir . Eu segui amando e redesenhando cada dobrinha da sua pele, cada cheiro escondido dos seus cantinhos, cada cílio torto, cada risada alta, cada deslumbre puro com a vida, cada brilho nos olhos quando o mar estivesse bonito demais . Cada preguiça, cada abandono, cada estupidez, cada limitação, cada bobeira . Amava seus erros assim como amava os acertos, porque o que eu amava, enfim, era você .


E eu me perguntava, quase já sem agüentar mais, sem entender tamanha entrega burra, quando isso finalmente teria um fim . Quando minha coluna ia voltar a ser ereta, minha cabeça erguida e meus passos firmes ? Quando eu iria superar você ? 
Tati Bernardi

sexta-feira, 19 de novembro de 2010

'Pertencia àquela espécie de gente que mergulha nas coisas às vezes sem saber por que, não sei se na esperança de decifrá-las ou se apenas pelo prazer de mergulhar'

Caio Fernando Abreu

domingo, 14 de novembro de 2010

Você nem ligou para dizer que me queria e que seu coração batia diferente de todos os dias. Nem ligou para saber se eu estava viva ou morta, se minha vida estava reta ou torta. Nem ligou para me alertar que eu poderia cansar de esperar porque você não ia voltar. Nem ligou para dizer que eu deveria soltar o celular porque sua chamada não ia tocar. Nem ligou para dizer que não seria necessário eu por mais uma prato na mesa porque você não ia chegar para jantar. Nem ligou para me avisar que eu deveria dormir do lado da lareira porque você não ia mais me esquentar. Nem ligou para dizer que eu era a mulher da sua vida. Já que você não ligou estou aqui, mais viva do que nunca,na minha vida torta sem você. Dia e noite esperando sua declaração. Eu estou te aguardando aqui na porta com o celular na mão. E seu lugar ta lá, reservado na mesa da minha cozinha. Ainda não tive coragem de ir na lareira me esquentar na esperança de você voltar. E estou aqui, congelando de tanto frio e me perguntando: -E agora? Eu sou a vida quem? Você nem ligou para dizer adeus (...)
Por Ellen Abreu.

Contrato - Tati Bernardi

Combinamos que não era amor. Escapou ali um abraço no meio do escuro. Mas aquilo ali foi sono, não sei o que foi aquilo. Foi a inércia do amor que está no ar mas não necessariamente dentro de nós.
A gente foi ao cinema, coisa que namorados fazem. Mas amigos fazem também, não? Somos amigos. Escapou ali um beijo na orelha e uma mão que quis esquentar a outra. Mas a gente correu pra fazer piadinha sexual disso, como sempre. E a orelha ouviu uma sacanagem qualquer, e a mão se encaixou ali no meio das minhas pernas.
Você me chamou de amor ontem, enquanto a gente transava. Eu quis chorar. Mas também quis rir muito da sua cara. Acabei só esquecendo isso. Talvez o “mô” que você murmurou, seja porque no dia anterior, naquela mesma cama, você tenha comido alguma “Mônica”. Prefiro pensar assim. Se eu for muito, mas muito escrota, talvez eu me proteja de me assustar muito. Caso você seja escroto. Eu sendo de pedra não quebro com a sua pedra. Sei lá.
Aí teve aquela cena também. De quando eu fui te dar tchau só com a manta branca e o cabelo todo bagunçado. E você olhou do elevador e me perguntou: não to esquecendo nada? E eu quis gritar: tá, tá esquecendo de mim. E você depois perguntou: não tem nada meu aí? E eu quis gritar: tem, tem eu. Eu sempre fui sua. Eu já era sua antes mesmo de saber que você um dia não ia me querer.
Mas a gente combinou que não era amor. Você abriu minha água com gás predileta e meu sabonete de manteiga de cacau. E fuçou todas as minhas gavetas enquanto eu tomava banho. E cheirou meu travesseiro pra saber se ainda tinha seu cheiro. Ou pra tentar lembrar meu cheiro e ver se ele ainda te deixa sem vontade de ir embora. Mas ainda assim, não somos íntimos. Nada disso. Só estamos aqui, reunidos nesse momento, porque temos duas coisas muito simples em comum: nada melhor pra fazer e vontade de fazer sexo.
Só isso. É o que está no contrato. E eu assino embaixo. Melhor assim. Muito melhor assim. Tô super bem com tudo isso. Nossa, nunca estive melhor. Mas não faz isso. Não me olha assim e diz que vai refazer o contrato. Não faz o mundo inteiro brilhar mais porque você é bobo. Não faz o mundo inteiro ficar pequeno só porque o seu chapéu é muito legal. Não deixa eu assim, deslizando pelas paredes do chuveiro de tanto rir porque seu cabelo fica ridículo molhado. Não faz a piada do vampiro só porque você achou que eu estava em dias estranhos. Não transforma assim o mundo em um lugar mais fácil e melhor de se viver. Não faz eu ser assim tão absurdamente feliz só porque eu tenho certeza absoluta que nenhum segundo ao seu lado é por acaso.
Combinamos que não era amor e realmente não é. Mas esse algo que é, é realmente muito libertador. Porque quando você está aqui, ou até mesmo na sua ausência, o resto todo vira uma grande comédia. E aquele cara mais novo, e aquele outro mais velho, e aquele outro que escreve, e aquele outro que faz filme, e aquele outro divertido, e aquele outro da festa, e aquele outro amigo daquele outro. E todos aqueles outros viram formiguinhas de nariz vermelho. E eu tenho vontade de ligar pra todos eles e falar: putz, cara, e você acha mesmo que eu gostei de você? Coitado.
Adoro como o mundo fica coitado, fica quase, fica de mentira, quando não é você. Porque esses coitados todos só serviram pra me lembrar o quão sagrado é não querer tomar banho depois. O quão sagrado é ser absurdamente feliz mesmo sabendo a dor que vem depois. O quão sagrado é ver pureza em tudo o que você faz, ainda que você faça tudo sendo um grande safado. O quão sagrado é abrir mão de evoluir só porque andar pra trás é poder cruzar com você de novo.
Não é amor não. É mais que isso, é mais que amor. Porque pra te amar mais, eu tenho que te amar menos. Porque pra morrer de amor por você, eu tive que não morrer. Porque pra ter você por perto um pouco, eu tive que não querer mais ter você por perto pra sempre.
E eu soquei meu coração até ele diminuir. Só pra você nunca se assustar com o tamanho. E eu tive que me fantasiar de puta, só pra ter você aqui dentro sem medo. Medo de destruir mais uma vez esse amor tão santo, tão virgem. E eu vou continuar me fantasiando de não amor, só pra você poder me vestir e sair por aí com sua casca de não amor.
E eu vou rir quando você me contar das suas meninas, e eu vou continuar dizendo “bonito carro, boa balada, boa idéia, bonita cor, bonito sapato”. E eu vou continuar sendo só daqui pra fora. Porque no nosso contrato, tomamos cuidado em escrever com letras maiúsculas: não existe ninguém aqui dentro.
Mas quando, de vez em quando, o seu ninguém colocar ali, meio sem querer, a mão no meu joelho, só para me enganar que você é meu dono. Só para enganar o cara da mesa ao lado que você é meu dono. Eu vou deixar. Vai que um dia você acredita.

sábado, 13 de novembro de 2010

  Ana Carolina - Alguém me disse.

Alguém me disse que tu andas novamente, de novo amor, nova paixão, todo contente. Conheço bem tuas promessas, outras ouvi iguais a essas, esse teu jeito de amar conheço bem. Pouco me importa que tu beijes tantas vezes e que tu mudes de paixão todos os meses. Se vais beijar como eu bem sei, fazer sonhar como sonhei, mas sem ter nunca amor igual ao que eu te dei
Dizem que a separação nunca é um núcleo, uma urgência. Dizem que ela começa em seu avesso. E que é justamente no momento mais suave, o primeiro encontro, o primeiro olhar, que a separação começa a existir. Eu prefiro acreditar que a separação nunca termina, e que o último dia, a última noite, é um instante que se repete, a cada espera, a cada volta, cada vez que sinto a tua falta, cada vez que pronuncio teu nome. Eu acredito que, ao te chamar, uma estratégia, um encanto, eu seja capaz de fazer com que você se vire e olhe, e, sem perceber, estenda entre nós um atalho, uma ponte.

Carola Saavedra, in “Flores Azuis”

sexta-feira, 12 de novembro de 2010

Sem Ana, Blue - Caio Fernando Abreu.

Quando Ana me deixou, eu fiquei muito tempo parado na sala do apartamento, cerca de oito horas da noite, com o bilhete dela nas mãos. No horário de verão, pela janela aberta da sala, à luz das oito horas da noite podiam-se ainda ver uns restos dourados e vermelho deixados pelo sol atrás dos edifícios, nos lados de Pinheiros. Eu fiquei muito tempo parado no meio da sala do apartamento, o último bilhete de Ana nas mãos, olhando pela janela os dourados e o vermelho do céu. E lembro que pensei agora o telefone vai tocar, e o telefone não tocou, e depois de algum tempo em que o telefone não tocou, e podia ser Lucinha da agência ou Paulo do cineclube ou Nelson de Paris ou minha mãe do Sul, convidando para jantar, para cheirar pó, para ver Nastassia Kinski nua, pergunrando que tempo fazia ou qualquer coisa assim, então pensei agora a campainha vai tocar. Podia ser o porteiro entregando alguma dessas criancinhas meio monstros de edifício, que adoram apertar as campainhas alheias, depois sair correndo. Ou simples engano, podia ser. Mas a campainha também não tocou, e eu continuei por muito tempo sem salvação parado ali no centro da sala que começava a ficar azulada pela noite, feito o interior de um aquário, o bilhete de Ana nas mãos, sem fazer absolutamente nada além de respirar.
De todos aqueles dias seguintes, só guardei três gostos na boca - de vodca, de lágrima e de café. O de vodca, sem água nem limão ou suco de laranja, vodca pura, transparente, meio viscosa, durante as noites em que chegava em casa e, sem Ana, sentava no sofá para beber no último copo de cristal que sobrara de uma briga. O gosto de lágrimas chegava nas madrugadas, quando conseguia me arrastar da sala para o quarto e me jogava na cama grande, sem Ana, cujos lençóis não troquei durante muito tempo porque ainda guardavam o cheiro dela, e então me batia e gemia arranhando as paredes com as unhas, abraçava os travesseiros como se fossem o corpo dela, e chorava e chorava e chorava até dormir sonos de pedra sem sonhos. O gosto de café sem açúcar acompanhava manhãs de ressaca e tardes na agência, entre textos de publicidade e sustos a cada vez que o telefone tocava. Porque no meio dos restos dos gostos de vodca, lágrima e café, entre as pontadas na cabeça, o nojo da boca do estômago e os olhos inchados, principalmente às sextas-feiras, pouco antes de desabarem sobre mim aqueles sábados e domingos nunca mais com Ana, vinha a certeza de que, de repente, bem normal, alguém diria telefone-para-você e do outro lado da linha aquela voz conhecida diria sinto-falta-quero-voltar. Isso nunca aconteceu.'
'Deus escrevendo certo pelas nossas linhas que se não fossem tão tortas, não teriam se cruzado !

 











  


 Se amanhã o que eu sonhei não for bem aquilo, eu tiro um arco-íris da cartola. E refaço. Colo. Pinto e bordo. Porque a força de dentro é maior. Maior que todo mal que existe no mundo. Maior que todos os ventos contrários. É maior porque é do bem. E nisso, sim, acredito até o fim.

segunda-feira, 8 de novembro de 2010

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Esses olhos que já derramaram lágrimas, essa boca que já provou teu beijo, esse corpo que já foi aquecido pelo teu, esse coração que já quase extrapolou de felicidade, essas mãos que muitas vezes acariciaram teu rosto e seguraram as tuas, esses pés que me levaram até você, essa mente que guardava apenas o teu nome e os teus atos, essa ideia de que viveríamos felizes para sempre e esse ser completo não existe mais. Extinguiu-se. Desapareceu. Morreu. Deixaste em mim a ferida aberta, o coração partido e a solidão. Levou de mim os sonhos, os planos, o amor. Partiu sem mais nem menos, esquecendo de uma vida inteira, deixando para trás um amor verdadeiro. Já é tempo de voltar, mas você não volta. Se apaixona por várias, deposita sentimentos em outras mulheres. Esquece mais e mais de mim. Enquanto guardo o meu amor, você sai distribuindo o seu por ai. Você ainda não abriu os olhos, não acordou. Não percebeu que sua alegria dura pouco e que eu te faria feliz. Não adianta ter tantas outras sem receber delas o amor que só eu posso te dar. Então vai, vai. Vai me deixando só, jogada as traças, chorando pelos cantos, sofrendo com noites intermináveis. Me deixa sozinha com a solidão. Me leva o ar, o chão, as lágrimas. Deixa eu sentir essa dor ainda pois dizem que quando o sofrimento é grande, a felicidade vem maior ainda. Deixa eu sofrer e depois volta pra mim e me faz a mulher mais feliz do mundo, porque enquanto você segue sua vida eu fico aqui te esperando para eu seguir a minha.
por Ana Eliza
Confesso! As vezes tenho vontade de sair por ai destruindo corações, pisando em sentimentos alheios ou sei lá, alguma coisa que me faça realmente merecer esse meu sofrimento no amor.
(Caio Fernando Abreu)
Ah, fumarás demais, beberás em excesso, aborrecerás todos os amigos com tuas histórias desesperadas, noites e noites a fio permanecerás insone, a fantasia desenfreada e o sexo em brasa, dormirás dias adentro, noites afora, faltarás ao trabalho, escreverás cartas que não serão nunca enviadas, consultarás búzios, números, cartas e astros, pensarás em fugas e suicídios em cada minuto de cada novo dia, chorarás desamparado atravessando madrugadas em tua cama vazia, não conseguirás sorrir nem caminhar alheio pelas ruas sem descobrires em algum jeito alheio o jeito exato dele, em algum cheiro estranho o cheiro preciso dele.

quarta-feira, 3 de novembro de 2010

Porque era bom e tal ,


Aliás, meu Deus, como era bom. Mas não era bom pra ficar junto, certo ? Então pronto . Chega . Adulta, adulta . Qual o problema se ele estiver agora, justamente agora, lambendo a virilhazinha de alguma desgraçada ? Qual o problema ? Ok, eu posso morrer . Eu definitivamente posso morrer!

Tati Bernardi

terça-feira, 2 de novembro de 2010


Querido, escrevo-te para te dizer que nem penso mais em você. 
Não vou dizer nessa carta que eu amo você e que te quero mais que tudo.
Estou escrevendo somente para te mostrar que superei, superei.
Para dizer que acabou toda a dor inacabável que você deixou em meu peito.
Não precisa mais voltar para mim quando perceber que eu sou a única que posso te amar verdadeiramente e fielmente. A única que vai te esperar até o fim.
Joguei fora todas as lembranças de amor, todas. Nem consigo me lembrar da primeira vez que nos beijamos ou quando você disse que estava completamente apaixonado e que precisava de outro coração pois o seu já era meu.
Não tenho mais esperança em nós, acabou tudo. 
Mudei muito meu querido, muito. Não minto, não choro, não sofro, não me iludo, não me contradigo.
Mas, se um dia você perceber que eu sou a única que posso te amar verdadeiramente e fielmente, volte. Saiba que eu ainda penso em você e que te quero mais que tudo. Aquela dor inacabável espera você para acabar. Ainda guardo todas as lembranças de amor, guardo junto com as esperança que tenho de sermos um só novamente.

com carinho, Ana Eliza.

segunda-feira, 1 de novembro de 2010


“Ninguém se separa, Rímini. As pessoas se abandonam. Essa é a verdade, a verdade verdadeira. O amor pode até ser recíproco, mas o fim do amor não, nunca. Os siameses se separam. Mas não se separam, tampouco: porque sozinhos não conseguem. Um terceiro precisa separá-los: um cirurgião, que corta pelo meio o órgão ou o mesmo ou a membrana que os une com um bisturi e derrama sangue e na maioria das vezes, diga-se de passagem, mata, mata um deles, pelo menos, e condena o outro, o sobrevivente, a uma espécie de luto eterno, porque a parte do corpo pela qual estava unido ao outro fica sensibilizada e dói, dói sempre, e se encarrega de lembrá-lo, sempre, de que não está nem nunca vai estar completo, que isso que lhe tiraram nunca mais poderá ter de novo.”

(Alan Pauls - O Passado)
— É possível um rio secar completamente?
— Claro que é.
— Mas será que ele não enche depois? Nunca mais?
— Alguns sim, outros não.
— Mas nunca mais?
— Sei lá, acho que não.
— Você tem certeza?
— Certeza eu não tenho. Só estou dizendo que acho. Afinal não sou nenhuma especialista em matéria de rios, secos ou não.
— Sabe?
— O quê?
— Eu tinha esperança que o rio voltasse a encher um dia.

                   Caio Fernando Abreu
Sinto muito, vou te deixar. Já não tem mais razão em insistir em algo que nunca será. Nunca será eu e você. Há um abismo entre nós. Há um vazio entre nós. Não há nada. Eu tentei, te juro, eu até tentei. Você não aceita minhas 'migalhas' de amor e não sabe que o que você chama tão friamente de 'migalhas' é tudo que meu coração pode dar. Ele foi despedaçado e o pouco de amor que sobrou eu dou pra você. Mas, você não percebe isso. Partiram meu coração em mil pedaçinhos e você nem se esforça pra juntar. Você não quer ajeitar meu coração, você só quer satisfazer o seu. Você não se importa com minha dor de ex amor, não quer cura-la. Quer que eu te ame a qualquer custo mas não sabe o quando isso custa para mim. Me ver sangrando mais finge não saber, você se preocupa demais com você.
Por Ana Eliza

sexta-feira, 29 de outubro de 2010

Ficar bem nem sempre deixa outras opções. É estranho quando as coisas simplesmente têm de terminar. É o estágio onde todos os sentimentos já evoluíram para um nada. É o nada que você optou para parar de sentir dor. No início você briga, chora, faz drama mexicano. Então percebe que é cansativo demais manter esse jeito de levar as coisas. Acostuma-se.. Não que pare de doer, mas que cai no seu entendimento que às vezes perdemos algo e não há solução. No fim você coloca um sorriso no rosto e finge que é sincero, até que a vida o faça realmente ser. Talvez os amores eternos sejam amenos e os intensos, passageiros. É isso.
C.F.A

segunda-feira, 25 de outubro de 2010

Vai, mas fique ♥

Ultimamente uma coisa tem me doído muito: não penso em você mais com a mesma intensidade de antes. Bem, você deve tá se questionando, se perguntando porque isso doí se o meu maior desejo era tirar você do meu coração já que eu não podia tê-lo. Acontece que você virou minha rotina, meu hábito. Pensar em você era um vício, e confesso que isso tudo me fazia bem. As vezes pensava tanto que podia até sentir seu cheiro e sua presença. Era algo que me confortava, aquela esperança toda de que um dia você ia voltar. Você passou tanto tempo em minha vida e logo depois resolveu ir embora, simplismente partir. Não era daqueles caras que voltava atrás, se arrependia e eu amava esse jeito firme de ser apesar de que eu queria tanto que você se arrepende-se. Foi pra longe dos meus olhos, pensando que tudo ia acabar, achando que quando diziam que 'aquilo que os olhos não veêm o coração não sente' era verdade, mais esquecendo que mesmo longe dos olhos eu te tinha cada vez mais dentro do meu coração. Eu não te pedi pra voltar, em momento algum eu pedi isso. Não que eu não te amasse, mas eu amava tanto que o deixava livre. Como dizia Caio Fernando Abreu, 'amo tanto que te deixo em paz'. E agora, depois de meses e meses de pura dor, você tá querendo ir embora até do meu pensamento? Fala sério, não te basta ir só para longe dos meus olhos você também quer ir pra longe do meu coração? Pode até ir com seu cheiro, seu cabelo, sua pele, seus olhos, sua boca, seu jeito, mas por favor, não leve sua lembrança de mim. Me faça ter em quem pensar, em ter em quem amar antes que eu possa me sentir a mulher mais fria do mundo. Vá mas fique, deixa eu eternizar nossos momentos, deixa eu imaginar nós dois juntos de novo, deixa eu sofrer de amor e um segundo depois amar novamente. Vai, mas por favor, fique.
Por Ana Eliza

domingo, 24 de outubro de 2010

Eram bonitos juntos, diziam as moças. Um doce de olhar. Sem terem exatamente consciência disso, quando juntos os dois aprumavam ainda mais o porte e, por assim dizer, quase cintilavam, o bonito de dentro de um estimulando o bonito de fora do outro, e vice-versa. Como se houvesse entre aqueles dois, uma estranha e secreta harmonia.

terça-feira, 19 de outubro de 2010

E lá estávamos nós dois novamente, morrendo de rir de coisas que não tinham a menor graça. Lembrando de histórias passadas e falando de um futuro juntos, como se realmente estivessemos juntos pra fazer promessas de amor eterno.Talvez isso fosse o que ainda nos ligava, porque em meio há tantas brigas e desentendimentos ainda tinha uma força que nos atraia de volta um para o outro. E sempre seria assim, uma borboleta atraída pelo imenso jardim.
por Ana Eliza

segunda-feira, 18 de outubro de 2010

E construiria qualquer coisa, só me prometa que vai ficar. Não vá que a noite sem você é mais escura, que o frio é mais intenso sem o calor do seu corpo, que o mundo se move lentamente, quase parando (...) fica mais um pouco, deixa a porta aberta, canta uma canção de amor pra eu dormir. Fica do meu lado, segura minha mão, devolve meu chão. Quero meu oxigênio, minha pulsação, então fica do meu lado e me mantem viva. Não vai não que ainda é cedo, deixa eu te olhar mais um pouco, deixa eu planejar nossa vida, não me deixa porque mesmo que me deixe eu jamais te deixaria. Você ainda é uma parte de mim.
por Ana Eliza.

sábado, 16 de outubro de 2010

Esse é o maior problema dos desejos, eles não aceitam não como resposta. Você só coloca um ponto final nele se for até o fim. E o fim pode ser um simples enjôo ou, na pior das hipóteses, a morte.
Sou pessoa de dentro pra fora. Minha beleza está na minha essência e no meu caráter. Acredito em sonhos, não em utopia. Mas quando sonho, sonho alto. Estou aqui é pra viver, cair, aprender, levantar e seguir em frente. Sou isso hoje, amanhã já me reinventei. Reinvento-me sempre que a vida pede um pouco mais de mim. Sou complexa, sou mistura, sou mulher com cara de menina... E vice-versa. Me perco, me procuro e me acho. E quando necessário, enlouqueço e deixo rolar. Não me dôo pela metade, não sou tua meio amiga nem teu quase amor. Ou sou tudo ou sou nada. Não suporto meio termos. Sou boba, mas não sou burra. Ingênua, mas não santa. Sou pessoa de riso fácil e choro também!

quinta-feira, 14 de outubro de 2010

 Esperei muito pelo momento que pudesse ter você, até que esse momento chegou. Eu finalmente tinha saído daquela imensa solidão que me acompanhava desde o meu ultimo relacionamento. A melhor coisa a partir daquele dia era acordar todos os dias e saber que eu finalmente tinha você do meu lado. Era tudo tão bom, até as brigas que sempre acabavam em uma linda noite de amor. Mas algumas coisas então começaram a mudar. Eu sempre acreditei, e acredito por mais que tenha sofrido muito, em amores eternos. Casamentos, finais felizes, filhos correndo pela casa, perfeição em outro alguém. Tudo isso faziam parte da minha crença e espero que eu nunca deixe de acreditar. Então, um certo dia você resolveu acabar com todo o meu momento mágico. Talvez fosse felicidade demais pra uma pessoa só, então você com sua beleza, olhos lindos e boca perfeita resolveu proferir as seguintes palavras: Não dá mais (...) Existe coisa mais triste do que ouvir do amor da sua vida que simplismente não dava mais pra continuar com você? Existe sim .. pior que isso é você nem saber o real motivo disso tudo. Você tentar ser perfeita, você tentar agrada-lo sempre, você se doar por inteira e receber palavras 'afiadas' em troca. É triste, já doeu muito. Mas, como dizem: ' A vida é assim mesmo, bola pra frente' ,e vou seguindo pelo mundo, no fundo esperando te encontrar em alguma esquina.
                                                                                              Por Ana Eliza

terça-feira, 12 de outubro de 2010

' (...) e o amor é sempre complicado. Mas, mesmo assim, os seres humanos precisam se amar, querida. A gente precisa ter o coração partido algumas vezes. Isso é um bom sinal, ter o coração partido quer dizer que a gente tentou alguma coisa.'

domingo, 10 de outubro de 2010

'Eu quase consegui abraçar alguém semana passada. Por um milésimo de segundo eu fechei os olhos e senti meu peito esvaziado de você. Foi realmente quase. Acho que estou andando pra frente. Ontem ri tanto no jantar, tanto que quase fui feliz de novo. Ouvi uma história muito engraçada sobre uma diretora de criação maluca que fez os funcionários irem trabalhar de pijama. Mas aí lembrei, no meio da minha gargalhada, como eu queria contar essa história para você. E fiquei triste de novo.'
                                                                                               (Tati Bernardi)

sexta-feira, 8 de outubro de 2010

 'Gosto de tudo o que ameaça morrer e de repente se levanta, mais vivo ainda, surpreendendo a todos'

'Só quem já teve um dragão em casa pode saber como essa casa parece deserta depois que ele parte. Dunas, geleiras, estepes. Nunca mais reflexos esverdeados pelos cantos, nem perfume de ervas pelo ar, nunca mais fumaças coloridas ou formas como serpentes espreitando pelas frestas de portas entreabertas. Mais triste: nunca mais nenhuma vontade de ser feliz dentro da gente, mesmo que essa felicidade nos deixe com o coração disparado, mãos úmidas, olhos brilhantes e aquela fome incapaz de engolir qualquer coisa. A não ser o belo, que é de ver, não de mastigar, e por isso mesmo também uma forma de desconforto. No turvo seco de uma casa esvaziada da presença de um dragão, mesmo voltando a comer e a dormir normalmente, como fazem as pessoas banais, você não sabe mais se não seria preferível aquele pântano de antes, cheio de possibilidades - que não aconteciam, mas que importa? - a esta secura de agora. Quando tudo, sem ele, é nada.'

quinta-feira, 7 de outubro de 2010


Minha vontade agora é sumir. Chamar você. Me esconder. Ir até a sua casa e te beijar e dizer que te amo e que você é importante demais na minha vida para eu te abandonar. Sacudir você e dizer que você é um otário porque está me perdendo dessa maneira. Minha vontade é esquecer você. Apagar você da minha vida. Lembrar de você a cada manhã. Pensar em você para dormir melhor. Então eu percebo: IT’S ME, e minhas vontades são bipolares demais. Só o que não é bipolar demais é a minha ganancia por te ter. Sim, eu escolheria você. Se me dessem um último pedido, eu escolheria você. Se a vida acabasse hoje ou daqui mil anos, eu escolheria você
 'E lembro da primeira vez que eu te vi e te achei meio feio, vesgo, estranho. Até que você me suspendeu no ar e, por razão nenhuma eu tive certeza que meu filho nasceria um pouco feio, vesgo e estranho.'
Força Senhor, para aguentar todas as fases turbulentas da minha vida e conseguir manter o foco e a esperança. Que mal nenhum possa se apossar de mim e acontecer comigo. Que o meu caminho seja de flores e que por mais que as flores tenham espinhos, que eles não possam causar feridas profundas, só o bastante para que eu possa aprender que rosas também tem espinhos. Que eu possa amar tudo que eu tenho e que eu tenha paciência e discernimento pra conseguir o que eu quero. Eu sei que durante essa grande caminhada que é a vida, muitas aprovações eu passarei, mas que nenhuma delas me desestimule de caminhar (viver). Que os meus amigos sejam amigos sempre e que meus inimigos esqueçam de mim. Mas Senhor, que Você esteja no comando de tudo. Que seja feita a Tua vontade e não a minha, mais se a minha vontade for a Tua também, então melhor. 
Amém.

 Houve um tempo de romantismo, Ana amava. Mas como tudo que existe acaba um dia esse grande coração se reduzia a cada tapa que levava da vida. Da ultima vez tinha doído mais. Era dificil olhar pra Ana sem notar as marcas e cicatrizes que possuia. Ana tinha sofrido demais e então tomara atitudes covardes. Não amava mais. Que covardia Ana, você sabe que mesmo com o coração aos cacos, devemos amar com cada pedaçinho dele. Mas como teimosa que Ana era, não ouvia ou pelo menos fingia não ouvir e acabava sofrendo novamente. Dessa vez não por amor, mais por tentar sufocar um sentimento grande demais que mal cabia em seu peito. Em total clichê, 'tentava tapar o sol com a peneira'.
Por Ana Eliza

quarta-feira, 6 de outubro de 2010

 'Há tanta mágia nesse seu olhar que outro dia quase me perdi dentro dele.'
por Ana Eliza

terça-feira, 5 de outubro de 2010


'Temos um problema geográfico. Você quer abraçar o mundo e eu ficaria contente em abraçar você.' 


'Tem que sofrer muito minha filha! tem que ser largada por um milhão de homens e vê se aprende que amor não se implora. Vê se aprende que se ele gosta, uma frase no orkut não significa nada. Vê se aprende que se ele não gosta, você pode escrever até o RG dele no seu orkut, ele nem vai ter a capacidade de ler. Aprende, aprende, aprende que doí menos.'
(Tati Bernardi)

segunda-feira, 4 de outubro de 2010


Escute bem meu bem, eu não quero te assustar com o meu imenso amor. Só quero que você escute bem porque eu te amo. Escute as batidas do meu coração pois elas expressam os mais puros sentimentos. Escute a minha respiração, sinta ela. Olhe em meus olhos e veja o que eles falam. Encoste sua boca em minha boca e sinta como ela deseja seus beijos. Tente ler meus pensamentos, tente decifrar meus sonhos. Veja como eu estou só. Eu não quero muito, eu só te quero por alguns segundos. Só quero de novo aquela sensação de faltar o oxigênio, o chão, de parar o coração. Entenda, eu não posso mudar o que sinto. Um total clichê, mais ninguem vai te amar como eu te amo, nem te desejar como eu te desejo e muito menos te fazer feliz como eu te faria. Então cuida logo, larga tudo e vem. Vem enquanto ainda existe uma lasquinha de esperança, enquanto eu ainda posso acreditar em nós dois.
por Ana Eliza

E de novo então me vens, e me chegas, e me invades, e me tomas, e me pedes, e me perdes, e te derramas sobre mim com teus olhos sempre fugitivos, e abres a boca para libertar novas histórias, e outra vez me completo assim, sem urgências, e me concentro inteiro nas coisas que me contas, e assim calado, e assim submisso, te mastigo dentro de mim enquanto me apunhalas com lenta delicadeza deixando claro em cada promessa que jamais será cumprida.
Caio F. Abreu.

domingo, 3 de outubro de 2010


What is love really if it only affects, one aspect of life?
That's like a musician who only accepts, his own musical type.
That's like a preacher who only respects sunday morning, and not saturday night
That's how a soldier can come to reflect,
that Love is more than a man and a wife.
 
O que é o amor realmente se ela afeta apenas um aspecto da vida?
Isso é como um músico que só aceita o seu próprio tipo musical.
Isso é como um pregador que apenas respeita domingo de manhã, e não sábado à noite
Isso é como um soldado pode vir a refletir,
Esse amor é mais do que marido e esposa.


Soja - True Love

 Deus, põe teu olho amoroso sobre todos que já tiveram um amor,
e de alguma forma insana esperam a volta dele:
que os telefones toquem que as cartas finalmente cheguem.
Caio F. Abreu

quinta-feira, 30 de setembro de 2010


'Ana é assim, depois que o amor passa, ela costuma achar ridículo aquele quem amou'
 Vergonha dos pés - Fernanda Young

domingo, 26 de setembro de 2010


Ela também teve seu coração machucado. Dilacerado, imagino. Normal. Desse mal, meu bem, ninguém escapa. Mas o bom disso tudo é que agora consigo abrir meu coração sem rodeios. Sim, amei sem limites.
Dei meu coração de bandeja. Sim, sonhei com casinhas, jardins e filhos lindos correndo atrás de mim. Mas tudo está bem agora, eu digo: agora. Houve uma mudança de planos e eu me sinto incrivelmente leve e feliz.
Descobri tantas coisas. Tantas, Tantas. Existe tanta coisa mais importante nessa vida que sofrer por amor. Que viver um amor. Tantos amigos. Tantos lugares. Tantas frases e livros e sentidos.
Tantas pessoas novas. Indo. Vindo. Tenho só um mundo pela frente. E olhe pra ele. Olhe o mundo! É tão pequeno diante de tudo o que sinto. Sofrer dói. Dói e não é pouco.
Mas faz um bem danado depois que passa. Descobri, ou melhor, aceitei: eu nunca vou esquecer o amor da minha vida. Nunca. Mas agora, com sua licença.
. Não dá mais para ocupar o mesmo espaço. Meu tempo não se mede em relógios. E a vida lá fora, me chama!

Fernanda Mello

quinta-feira, 23 de setembro de 2010










' Isso tudo nunca foi pra mim, nunca funcionou, é sempre eu que caio, de amores, ilusões, dores e no final de tudo eu fico aqui, esperando esse trem, pra me levar para a próxima estação, onde eu possa finalmente criar uma nova ficção na minha cabeça, uma nova atração para os meus olhos, uma nova paixão pro coração, e quem sabe, um final pra este roteiro. '

Caio Fernando Abreu.

domingo, 19 de setembro de 2010

Segure firme minha cintura, passe os dedos sobre os meus lábios e diga que ama todos os meus defeitos . Faça eu escutar nossa música dezenas de vezes sem perceber e finja que eu nunca desliguei o telefone na sua cara e nunca te esculhambei. Ame a cor do meu batom e nunca tenha receio de tirá-lo. Goste do estilo de música que eu adoro dançar e ache sensual. Seja forte o suficiente para me segurar quando eu quiser te bater, me acalme com um beijo de novela. Sorria sempre.
Seja bastante homem comigo em certas horas, não seja sempre romântico, isso me causa náuseas.
Não tente me entender, tento isso a dezessete anos. Finja que não se importa com a minha maneira louca de ver as coisas, ame isso. Diga que não liga quando eu falo palavrão e quando bebo além da conta.
Siga-me enquanto eu caminho sem destino por aí com um jeito sério, com minha bochechas sempre com blush, com cara de poucos amigos.
Não espere demais de mim, eu costumo a fugir quando fazem isso.
Enquanto eu não deixo a angustia transbordar, desligue o fogo.
Faça nunca parar de ferver.
Queime comigo.

Por Renata Gomes http://relicarioviciosevirtudes.blogspot.com/
Guardou tudo que poderia lembrar ele e foi embora. Deixou para trás seu coração, seus sonhos, sua esperança. Como adolescente que era, fazia sempre tudo errado. Queria tanto ele, precisava tanto da atenção dele que ia esquecendo de si aos poucos. Tomou uma dose de frieza e lá se foi, pelas esquinas da vida, tentando ser o que não era só pra não sentir aquela profunda dor novamente. Ela sabia muito bem como era sofrido um amor, porque embora tivesse seus momento maravilhosos, o fim era sempre a pior parte. E assim era, o fim do amor e o fim dela. Era duro se olhar no espelho. O que ela não tinha que não o completava? O que faltava nela pra ela ser dele? Eram sempre as mesmas dores e duvidas. Trágico. Ela disse que não voltaria mais e não voltou. Agora, amava-o em silêncio, sem ninguém saber e isso foi consumindo ela aos poucos. Já não era mais aquela menina, era apenas alguém que de tanto sofrer por amor resolveu amar a solidão. E fim, assim está ela até hoje. Apenas ela e a solidão.

por Ana Eliza

sexta-feira, 17 de setembro de 2010

Entre por essa porta agora e diga que me adora, você tem meia hora pra mudar a minha vida. Vem, vambora, que o que você demora é o que o tempo leva (...) Ainda tem o seu perfume pela casa, ainda tem você na sala. Porque meu coração dispara? Quando tem o seu cheiro dentro de um livro, dentro da noite veloz. ♪

Adriana Calcanhoto - Vambora